Na cidade maravilhosa de Manaus estão reunidos indígenas e não indígenas, vindos de diversos lugares de nosso querido Brasil! São pessoas especiais, amadas por Deus. São amantes da vida, das histórias e sonhadores de uma nova vida. Quem não é indígena, deixa-me dizer, não fique com ciúme. Ser indígena é ser uma pessoa especial. Indígenas tão bonitos, elegantes e maravilhosos como nós, tornam o mundo mais bonito. Povos indígenas são ricos de carinho e amor.
Ele não quer trabalhar sozinho, quer trabalhar conosco, pois Ele é indígena também. Ele aposta nas nossas qualidades e capacidades. Por isso, ele disse: vão pelo Brasil inteiro e anunciem a Boa Nova a todos os povos. Viagem de canoa, de voadeira, de carro, de jumento e até mesmo a pé. Ele disse: anunciem a partir de suas culturas e suas línguas. Jesus é a energia que corre no sangue dos leigos catequistas, padres, irmãs, bispos...
Com Jesus tornamo-nos homens e mulheres corajosos e santos. Com Jesus tornamo-nos pessoas iluminadas e de muitas forças. Aqui nesse lugar alegres cantamos com nossas línguas e dançamos com nossos ritmos.
Somos protagonistas na catequese e inculturação do jeito como compreendemos até o momento. Mas compreendendo mais faremos melhor e de outro jeito. Ser protagonista significa estar movido pela alegria. Alegria que nos faz vibrar pela vida, pelos nossos trabalhos.
Que bonito foi o dia de hoje! Como bons indígenas partilhamos nossos trabalhos, contamos coisas engraçadas. Transmitimos a mensagem de forma simples do jeito como Jesus faria. Nós entendemos cada mensagem transmitida e achamos graça à vontade.
Os nossos bispos também estão no meio de nós, com muita simplicidade, e nem dá para saber que são os bispos, eles acabam-se confundindo no meio dos leigos indígenas. Eles querem aprender, sonhar conosco de maneira indígena. Eles são os nossos avôs, nossos pais, nossos irmãos maiores, são os pajés, xamãs...
O presente é Dom de Deus, devemos vivê-lo intensamente, com alegria. O futuro é Mistério e para lá nós sonhamos vidas melhores. Catequese é valorização da vida, é viver a vida como ela merece ser vivida. Nós somos seres históricos, seres em construção. No passado tivemos muitas histórias sofridas e muitas histórias bonitas que nos dão alegria. Agora nós somos protagonistas de nossas histórias atuais.
Para cada um de nós e para cada comunidade cabe a Missão de construir histórias bonitas. Hoje perguntemos: o que queremos com as nossas vidas indígenas? O que queremos com a catequese?
É hora de construirmos histórias novas. Juntos: bispos, padres, irmãs, catequistas e com agentes de pastorais, Juntos: pessoas das pequenas comunidades e pessoas que vivem nas cidades. Vamos construir histórias bonitas, muitas histórias bonitas. Os milagres das vidas e dos trabalhos já estão acontecendo. Cada indígena que partilhou suas experiências, falou a partir de seu coração, de sua emoção, de seus sofrimentos, de suas superações.
Alguns indígenas ficaram emocionados, estavam com vontade de derramar lágrimas, mas seguraram e outros estavam com vontade de sorrir à vontade. Nossas vidas ficam bonitas na medida em que vamos conhecendo as pessoas. É importante conhecer, cumprimentar, contar nossas histórias e ouvir as histórias dos outros.
Somos indígenas e não indígenas com a mesma vontade, vontade louca de fazer o bem, fazer bonito em meio aos povos indígenas e com os indígenas!