segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Equipe Colegiada de Animação Bíblico-Catequética do Regional Noroeste se reuniu no último final de semana




Foi realizado nos últimos dias 22, 23 e 24 de fevereiro o encontro Equipe Colegiada na cidade de Humaitá, no sul do Estado do Amazonas. O local que acolheu os participantes foi o Instituto Renascer, a Casa de Recuperação Masculina da Diocese de Humaitá, no km 12 da Rodovia Humaitá-Manaus.

O momento dedicado para estudo e reflexão do encontro girou em torno da Iniciação à Vida Cristã. Os participantes comentaram que o tema já vem sendo estudado nas bases há algum tempo, e que agora é preciso refletir como aplicar a IVC na prática comunitária.

Além de partilharem um pouco da caminhada de cada diocese, também foi feito os repasses trazidos do Encontro Nacional pelo Articulador da Equipe, Ir. Jorge. Além disso, outro ponto discutido foi a escolha da nova Equipe Colegiada para o biênio 2014-205. O grupo aproveitou a ocasião também para organizar os encaminhamentos do Encontrão com Catequistas que será realizado no mês de setembro, em Porto Velho, onde será apresentada a nova Equipe Colegiada.

SOBRE A EQUIPE COLEGIADA

A Equipe Colegiada é formada pelos coordenadores/as diocesanos/as da Comissão Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética das Dioceses de Cruzeiro do Sul (AC), Rio Branco (AC), Ji-Paraná (RO), Porto Velho (RO), Guajará-Mirim (RO), Humaitá (AM) e Prelazia de Lábrea (AM), que juntas compõem o Regional Noroeste da CNBB.

O encontro acontece duas vezes por ano. Seus objetivos giram em torno de manter a unidade entre as dioceses e Prelazia, encurtando as distâncias, à luz do direcionamento da CNBB. O encontro da Equipe Colegiada acontece duas vezes por ano: em fevereiro e setembro.


Texto: Eronilda de Souza Limeira, Teóloga e Secretária da Comissão.




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Transfiguração: celebração antecipada da vitória sobre a cruz - Ildo Bohn Gass




por CEBI Publicações
Segundo os evangelistas, a cena da transfiguração está em meio aos anúncios da paixão. A intenção é mostrar como a cruz faz parte da vida de quem assume o projeto do Pai até as últimas consequências. A fidelidade a Deus e ao resgate da vida dos pobres contraria interesses religiosos, econômicos e políticos. Nesse sentido, a perseguição pelos poderes que governam este mundo é inevitável na vida de quem assume a causa do Reino e de sua justiça.
Este relato é uma leitura pós-pascal e pretende narrar antecipadamente a vitória de Jesus sobre a morte na cruz, apresentando-o como o messias glorioso. É o que indica sua roupa branca como a luz (Mt 17,2). A ressurreição, a vitória sobre os poderosos, é a vida em toda a sua plenitude que vence os poderes de morte deste mundo.
Elias é o representante da profecia. Moisés faz lembrar não somente o êxodo, mas também todo Pentateuco, toda lei, que a tradição judaica atribuía a ele. Por um lado, a lei e os profetas, isto é as Escrituras todas, se cumprem em Jesus. Ou seja, o Nazareno dá continuidade à primeira aliança, levando-a à sua plenitude. Por outro lado, a comunidade de Mateus apresenta Jesus como um profeta que, tal como os profetas Elias (1Rs 17,1) e Moisés (Dt 18,15), veio anunciar um novo êxodo de liberdade para seu povo. O fato de Jesus subir, acompanhado por Pedro, Tiago e João, no alto de uma montanha (Mt 17,1), confirma esta perspectiva, pois é uma referência ao monte Sinai, no qual Deus deu a conhecer ao povo o seu projeto de vida e de liberdade, que Moisés registrou no decálogo (Ex 20,2-17). A tradição identificou a montanha da transfiguração com o monte Tabor. E Jesus é apresentado ao mundo como o novo Moisés que vem para resgatar a essência da lei, isto é, o amor que liberta e promove a vida de todos igualmente.
Ao propor ficar na montanha e construir três tendas (Mt 17,4), Pedro revela sua dureza de coração. Fazia pouco tempo que Jesus já lhe tinha chamado a atenção para sua cegueira, acusando-o de cumprir a função de Satanás como pedra de tropeço no projeto de Deus (Mt 16,22-23). Mesmo assim, Pedro ainda não compreendera que a construção da justiça do Reino não permite privilégios, nem acomodação. Ser discípulo não é somente participar da glória de Jesus, mas é também carregar a sua cruz, gerando e defendendo a vida.
nuvem (Mt 17,5) é um dos símbolos privilegiados na Bíblia para falar da presença de Deus (Ex 13,21; 16,10; 34,5; Nm 12,5). E, tal como em Lucas o anjo dissera a Maria "o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra" (Lc 1,35), agora desceu uma nuvem sobre a montanha, "cobrindo-os com a sua sombra". É o Pai confirmando a missão do Filho. Da nuvem saiu uma voz que disse: "Este é meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o", da mesma forma como já havia anunciado por ocasião do batismo (Mt 3,17). Jesus é o Emanuel, presença libertadora de Deus entre nós (Mt 1,23).
Não é possível acomodar-se no alto da montanha. Ouvir a sua voz desinstala e leva adescer para junto do povo sofrido e tornar o Reino de Deus presente, sem ufanismo ou triunfalismo (Mt 17,9). Mas ciente de que o seguimento humilde da prática libertadora de  Jesus significa estar disposto a também sofrer as consequências da cruz.
Ildo Bohn Gass é bliblista, leigo católico. Junto com o Pastor Carlos Dreher (IECLB) e a Revma. Lucia Sírtoli (IEAB), é autor do livro O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Não desviar Jesus (Lc 4,1-13) - José Pagola



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As primeiras gerações cristãs mostraram grande interesse pelas provações e tensões que teve que superar Jesus para manter-se fiel a Deus a viver sempre colaborando no sem projeto de uma vida mais humana e digna para todos.
O relato das tentações de Jesus não é um episódio fechado, que acontece num momento e num lugar determinado. Lucas nos adverte que, ao terminar estas tentações "o diabo afastou-se dele até o tempo oportuno".  As tentações voltarão na vida de Jesus e na de seus seguidores.
Por isso, os evangelistas colocam o relato antes de narrar a atividade profética de Jesus. Os seguidores dele devem conhecer bem estas tentações desde o começo, pois são as mesmas que eles terão que superar ao longo dos séculos, se não querem se desviar dele.
Na primeira tentação fala-se de pão. Jesus recusa-se a se valer de Deus para saciar sua própria fome. "não só de pão vive o homem". O mais importante para Jesus é buscar o reino de Deus e sua justiça: que haja pão para todos. Por isso vai um dia se valer de Deus, mas será para alimentar uma multidão faminta.
Também hoje a nossa tentação é pensar só no nosso pão e preocupar-nos exclusivamente de nossa crise. Desviamo-nos de Jesus quando acreditamos ter o direito de possuí-lo e nos esquecemos do drama, os medos e sofrimentos daqueles que carecem de quase tudo.
Na segunda tentação fala-se do poder e da glória. Jesus renuncia a tudo isso. Não vai se prostrar diante do diabo que lhe oferece o domínio sobre todos os reinos do mundo: "Adorarás o Senhor teu Deus". Jesus não buscará nunca ser servido, mas servir.